Derrota à italiana
Um golo à beira do intervalo, outro com a bola ainda a sofrer um desvio e o terceiro a ser apontado logo na resposta ao único remate certeiro de Portugal no jogo particular de ontem, em Zurique, Suíça, que serviu de preparação para o Euro 2008 foram suficientes para estender por mais alguns meses os já mais de 31 anos que Portugal leva sem conseguir ganhar à Itália.
Foi na defesa que a selecção portuguesa falhou, revelando fragilidades que, contra selecções mortíferas como a italiana, se revelam fatais. Se os portugueses ainda foram capazes de obrigar o guarda-redes Amelia a estremecer, a baliza de Ricardo passou por demasiados calafrios. Um dado que Scolari deve ter em conta na preparação da selecção para o Euro 2008 e que não pode ser apenas explicado com a má forma da maior parte dos seus elementos nem com a ausência do provável titular Pepe (lesionado). Mas não foi só esta a conclusão possível de retirar deste embate. O esquema táctico alternativo 4x4x2 precisa ainda de ser muito mais oleado, pois hoje não mostrou resultados.
Frente a frente estiveram o campeão do mundo com o finalista do campeonato da Europa. Mas as proximidades entre a selecção portuguesa e italiana ficam-se por aí. A Itália mantém aquele misto de cinismo e fortuna que caracteriza o seu futebol enquanto Portugal continua perdulário. É certo que possui uma série de pérolas, mas ainda falta o fio que permite construir o colar. Scolari precisa de encontrar esse fio, fazê-lo passar por todos as jóias que tem ao seu dispor e só depois terá uma equipa tão valiosa como a que hoje foi a adversária de Portugal.
A primeira parte começou com uma Itália mais perigosa. Ambrosini e Di Natale (por duas vezes) incomodaram Ricardo. A selecção portuguesa só começou a reagir a partir dos 20 minutos. Um cabeceamento de Bruno Alves, por cima da barra italiana foi o tiro de partida, enquanto o remate de Makukula falhou o alvo e um livre apontado por Ronaldo foi salvo pelo guarda-redes Amelia.
O intervalo estava a um par de minutos quando, Portugal percebeu por que motivo é triste a sua sina e a Itália tem a fama que tem: enquanto a selecção das quinas desperdiça um contra-ataque em superioridade numérica de Portugal, a “squadra azzurra” aproveita a oferta e Grosso faz a bola cruzar a área portuguesa até ao pé de Luca Toni, que não falha.
No segundo tempo, Scolari alterou o esquema táctico, passando a jogar em 4x4x2. Portugal passou a jogar com Ronaldo e Makukula a pontas-de-lança e Quaresma e Nani nos extremos, deixando o meio-campo apenas a Meira e Maniche. Mas a Itália nem deu tempo para que a nova estratégia fosse testada com calma. Um golo logo depois do reinício da partida, num remate de fora da área de Pirlo que ainda sofreu um desvio, deixou Portugal a perder por dois.
O novo “look” português em campo deu mais espaço aos italianos para contra-ataques venenosos e os portugueses não se mostravam confortáveis com o fato que agora tinham vestido. À parte de Quaresma, que ainda teve alguns fogachos, Portugal foi-se apagando, pois Nani poucas vezes ganhou o seu flanco e o meio-campo (Meira já não se lembra de como é jogar ali) deixou de servir Ronaldo e Makukula (mais tarde Hugo Almeida). Por isso, foi a Itália quem esteve mais perto de voltar a marcar, num remate de Palladino desviado por Ricardo para a barra.
Com o aproximar do fim do jogo a Itália desacelerou e Portugal manteve a “mala fortuna”. Hugo Almeida falhou dois desvios à boca da baliza e foi preciso Quaresma emendar o seu colega para que houvesse festa entre os milhares de portugueses presentes. Só que a Itália voltou a aplicar um dos seus velhos golpes (baixos?) e, na jogada seguinte Quagliareli recolocou a vantagem italiana em dois golos, fixando o resultado final em 3-1 e vencendo à italiana.
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