SCP
 10.17.2007

Finalmente a Liga abre a caixa de Pandora

O Apito Dourado não é filho de pai incógnito. O árbitro Rui Mendes pode assumir a paternidade. Tudo começou antes de um Campomaiorense-U. Leiria, no final da época de 2000/2001. Na estreia de Mendes em jogos da Liga principal.


O caso começou por andar nos bastidores, passou pelos gabinetes de Valentim Loureiro, na Câmara Municipal de Gondomar, e de Pimenta Machado e acabou por ser a Liga a acender o rastilho da “bomba” ao enviar para o Ministério Público as certidões dos processos disciplinares entretanto instaurados a Rui Mendes e Pimenta Machado...

O Ministério Público entende que os factos ocorreram em Gondomar e remete-os para aquele tribunal, onde Carlos Teixeira os avalia. No dia 21 de Janeiro de 2003, quase dois anos depois do Campomaiorense-U. Leiria, Carlos Teixeira pronuncia-se.

“Os factos denunciados serão susceptíveis de configurar a prática de crimes de corrupção passiva para acto ilícito e corrupção activa”, considera o procurador adjunto, que remete os autos para a Polícia Judiciária do Porto, para investigação. Pouco mais de um ano depois, a PJ completava o trabalho e avançava para as detenções.

O primeiro pedido para uma intercepção telefónica ocorre no dia 14 de Março de 2003 e o alvo é José Luís Oliveira, então presidente do Gondomar e vice-presidente da Câmara local. A PJ pede o registo de “trace back”, a localização celular e a intercepção do IMEI e dos cartões eventualmente utilizados pelo mesmo telemóvel. Valentim Loureiro cai depressa na malha cada vez mais complexa de intercepções telefónicas e Pinto da Costa vai por arrasto.

Factos

Tudo começou quando Rui Mendes se dirigia para Campo Maior. Durante o trajecto recebeu uma chamada de Nemésio de Castro, então membro da Comissão de Arbitragem da Liga. A equipa de arbitragem encontra-se com o conselheiro numa área de serviço.

Segundo Mendes, Nemésio desejou felicidades na estreia e alertou para o facto de as equipas estarem mal classificadas e de Carlos Manuel, treinador do Campomaiorense, ter o lugar em perigo. A equipa de arbitragem almoça no Zé dos Frangos, onde aparece também Nemésio.

O jogo terminou com um empate a uma bola e Manuel José, treinador do Leiria, disse ter gostado do trabalho do árbitro. Mas este não gostou da nota que recebeu: 124 pontos em 150 possíveis. Quando reencontra Nemésio, este responde-lhe que não tinha visto a actuação, que apenas estivera concentrado nos árbitros assistentes.

Rui Mendes põe pés ao caminho e tenta entrar em contacto com Valentim. Não consegue, até que José Luís Oliveira aparece em linha a perguntar a Mendes se quer falar com o major, levando-o a Gondomar. Valentim pergunta-lhe como vão as coisas, confessa que deixou de abrir correspondência da Liga mas à sua frente abre envelopes, “a título de curiosidade”.

Valentim diz-se surpreendido pela má posição de Mendes mas considerou que a situação era “recuperável”. O major diz-lhe também que já o devia ter contactado, pois havia suspeitas de que Nemésio andaria a exercer influências nos árbitros do Sul.

Já no gabinete de Oliveira, a Mendes é perguntado se estaria preparado para fazer um jogo do Gondomar, garantindo-lhe uma boa delegacia. O árbitro do Marco de Canaveses apita o Gondomar-Trofense, que acaba empatado a uma bola. A nota que recebe é “fraca”. Farto de ser prejudicado, é então que recorre a Pimenta Machado...

assim disse Ultra CDX @ 13:45   0 rugidos
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