Apito Dourado: Inspectora da PJ diz ter sido pressionada por V. Loureiro

A inspectora da PJ, Leonor Brites, deu hoje conta ao juiz António Carneiro da Silva, no Tribunal dvs Gondomar, que Valentim Loureiro a abordou, exaltado e agressivo, dizendo-lhe que ela o estava a tentar tramar.
Esta testemunha do processo "Apito Dourado", que falava no início da quarta sessão, relatou ao Tribunal de Gondomar os factos, que ocorreram terça-feira, quando foi cumprimentada por Valentim Loureiro.
Leonor Brites relatou que o presidente da Câmara de Gondomar, arguido no processo "Apito Dourado", a confrontou com o teor das suas declarações, proferidas minutos antes.
A inspectora adiantou que Valentim Loureiro lhe disse que "ela lhe queria mal".
Valentim Loureiro, ainda de acordo com as declarações de Leonor Brites, terá afirmado, "em tom exaltado e de forma a se fazer ouvir", que a verdade dos factos está do seu lado, que não tem medo da polícia e que ela não o intimidava.
A inspectora, que ouviu grande parte das escutas do processo "Apito Dourado", queixou-se ainda que Valentim Loureiro terá dito que ela não sabia o que era um despacho e que não tinha adjudicado coisa alguma.
Leonor Brites acrescentou que Valentim Loureiro a acusou ainda, em tom exaltado e agressivo, de "estar a tentar tramá-lo".
A inspectora referiu ainda ao juiz ter dito a Valentim Loureiro "que não queria conversa", até porque o seu depoimento ainda estava a meio.
Valentim Loureiro, presente na audiência e incomodado com o depoimento de Leonor Brites, tentou intervir, mas o juiz António Carneiro da Silva disse-lhe que só o podia fazer se fosse sobre o processo. "Se não, faz favor de se calar e se sentar", adiantou.
A inspectora sustentou que as suas declarações visam apenas "o esclarecimento dos factos" e que a "abordagem" de Valentim Loureiro não mudará em nada a sua postura. "Nem me provocou qualquer efeito", disse. Leonor Brites sustentou que deu conhecimento dos factos ao tribunal, "por os achar relevantes".
O juiz António Carneiro encerrou a polémica considerando que "as pessoas são livres de falar com quem quiserem". "As atitudes ficam com quem as pratica", acrescentou.
O representante do Ministério Público (MP), Gonçalo Silva, considerou, no entanto, "inadmissível" que os arguidos confrontem as testemunhas.
"Percebo que o major esteja sobre grande stresse, como estamos todos, e que lhe custe ouvir coisas com as quais não concorda, mas isto não se deve repetir, nem com esta nem com outras testemunhas", frisou o delegado do MP.
Valentim Loureiro tinha chegado bem disposto e falador ao Tribunal de Gondomar, por volta das 9h30, trocando impressões com os jornalistas presentes, e com os advogados antes do início da sessão.
Para Valentim Loureiro, o processo "está a ser acompanhado de forma deficiente" pelos órgãos da comunicação social (OCS), salvo algumas excepções.
Alega que os OCS não estão a captar a essência do que se está a passar.
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