Taça Uefa: Sporting segue em frente

A noite europeia não se perfilava complicada, atendendo ao resultado positivo (1-1) conseguido uma semana antes em Bolton e à valia do grupo (desfalcado das principais figuras, poupadas para o embate com o Wigan, na luta pela prioritária manutenção na Premiership) que tinha pela frente. O Sporting, reforçado por Liedson, e com Moutinho na posição habitualmente ocupada por Miguel Veloso (lesionado) até esboçaram uma recomendável entrada de rompante, para chegar ao golo e forçar os ingleses a terem de marcar improváveis dois para porem fim à caminhada triunfal, até ao momento - único entre portugueses - dos leões nas competições europeias. A ordem natural das coisas, porém, inverteu-se e, ontem, a equipa de Paulo Bento, com nítidas condicionantes de ordem física, foi incapaz de assumir o comando do jogo de forma efectiva, dominando e trocando a bola como lhe competia (a capacidade técnica dos leões é mil vezes superior à dos "trotters" que estiveram em Alvalade - talvez esteja a exagerar): os passes, sobretudo os longos (de Polga), mas também os curtos (com Romagnoli em evidência), teimavam a sair transviados, a não encontrar o destino certo, a deixar as quatro linhas ou chegar a pés ingleses - que, por seu turno, conseguiam com lances em profundidade, o futebol directo da sua preferência e transições rápidas para o ataque, ameaçar a vantagem que os leões se predispunham a gerir com uma "tranquilidade" que chegou a ser… perigosa. Um lance de génio de Pereirinha, ao cair do pano (85'), culminado com um golo portentoso, arrumou a questão e levou os leões aos "quartos"da Taça UEFA.
O Sporting prossegue na prova por força da capacidade de sacrifício dos seus jogadores (Moutinho, como sempre, incansável, tal como, de resto, Pereirinha ou Liedson - as recuperações do 31 no ataque são preciosas), da inspiração de um novo "Grande Artista" (o 25 que Pereirinha "herdou" de João Pinto não pesou quando arrancou pela direita, flectiu para o meio e arrancou um golo fenomenal, com a bola engavetada no ângulo superior mais afastado do seu disparo, sem hipóteses para Al-Habsi, o guardião que defendeu "tudo" - o que era possível, e o remate de Pereirinha não era) e da gestão de um grupo que está de "rastos" - bendita folga, a de hoje, suspirarão os jogadores: as entradas de Tiuí por Vukcevic e de Adrien por Romagnoli foram determinantes no fôlego da fase decisiva, quando os ingleses procuravam o golo e levaram com… o golo como resposta.