SCP
 1.23.2008

Perder Paulo Bento seria a pior notícia

O nosso Sporting atravessa uma daquelas fases em que tudo o que pode acontecer de errado, acontece mesmo. O contrário costuma suceder com os avançados: quando estão bem parece que a bola vai ter com eles.

Não há aqui nada de místico.
No futebol, a sucessão de maus resultados traz insegurança e, sem confiança os jogadores rematam menos, suspeitam de si próprios, não se soltam para a frente com a serena certeza de que nada de errado poderá suceder-lhes.
No futebol, tal como em muitos outros campos, por muito boa que seja uma ideia ela não resiste à ausência de convicção.
Olhando para o que o Sporting fez em Coimbra frente à Académica, acho que a equipa tem condições para recuperar. Tinha ficado com dúvidas pois depois de Setúbal, os sintomas de crise foram demasiado evidentes. Mas perante a Académica não.
Em Coimbra, faltou ao Sporting quem fosse suficientemente maduro para segurar a bola e esperar pelo fim desta má sorte. Com crueldade, essa ausência de «esperteza» e serenidade, custou caro de mais.
Perante a situação do campeonato, acho que o Sporting deve parar um pouco e lembrar o que levou o clube a apostar em Paulo Bento: os valores que o treinador representava eram bons e deviam ser preservados, será que assim continuam?
Nesta altura, a responsabilidade maior de resolver a crise pertence ao presidente. Espera-se de um líder convicção e firmeza. E acho que é aqui que o processo está a falhar, Soares Franco até tem feito um bom percurso no Sporting, mas as suas últimas intervenções não têm sido claras.
A do passado domingo, na sala de imprensa em Coimbra, foi particularmente má, péssima para dizer a verdade. Quando devia demonstrar serenidade, calma, o presidente do Sporting apareceu nervoso, a tentar impedir perguntas legítimas e repetindo um discurso de confiança no treinador que de tão repetido, em outros momentos e por diferentes dirigentes, tem eficácia nula.
Talvez esta seja a altura do presidente recordar aos adeptos a travessia que o clube continua a fazer, bem como a natureza da aposta na formação.
O Sporting é um pouco refém de si próprio. Os adeptos exigem que se mantenha a aposta nas camadas jovens, mas ambicionam ganhar já, como exige a história.
Este equilíbrio é improvável, sobretudo quando a norte existe um rival sem problemas financeiros, sereno, em pleno ciclo virtuoso.
Neste momento, o pior que podia acontecer ao Sporting era perder Paulo Bento. Por isso continua a fazer sentido perguntar ao treinador se persistem as condições para se manter no banco. Ao presidente cabe a tarefa de garantir que a resposta será «sim».


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assim disse Ultra CDX @ 21:26   0 rugidos
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