Marítimo- SPORTING

Cambalhota com muita raça

Nos Barreiros, o Sporting regressou às vitórias na Bwin Liga - não vencia nesta prova desde o dia 4 de Novembro -, somando, por outro lado, o terceiro êxito consecutivo, após os triunfos na Taça de Portugal e na Champions, e recuperando terreno em relação ao segundo classificado, o Benfica - do qual dista agora dois pontos -, num desafio em que a formação leonina esteve perto do Inferno, mas fez da falta de qualidade raça... para dar a volta ao Marítimo. De resto, foi o primeiro "volte-face" no marcador conseguido pelos verdes e brancos neste Campeonato.
Com Liedson recuperado, Adrien a manter a titularidade e Moutinho novamente na posição dez, os leões começaram plenos de intenção, mas cedo se confrontaram com dificuldades sérias em estender o seu jogo, com Miguel Veloso na génese da inoperância, ao não garantir a primeira fase de construção atacante. Só aos repelões conseguiam os lisboetas acercar-se da baliza de Marcos, sem explorarem devidamente o corredor central e, principalmente, o flanco esquerdo, onde Ronny e Vukcevic pouco ou nada produziam. Na direita, Abel e Adrien - boa estreia a titular deste jovem na Bwin Liga - geravam esporádicas situações de assédio às redes insulares. Fruto de rápidas transições, pertenceram ao Marítimo as mais claras ocasiões de golo da primeira parte. Só próximo do descanso aproveitou Purovic um livre batido por João Moutinho, mas o montenegrino atirou para boa defesa do "keeper" visitado.
Após o intervalo, o Sporting entrou diferente, a farejar o golo. Ironicamente, foi nesse mesmo período que o Marítimo abriu o activo (60'), e os visitantes aguentaram o choque como puderam, sem desistir. Doze minutos depois, entre pouco futebol, mas muita raça, um até então alheado Vukcevic surgiu para ser figura central e cabeceou para o empate, mas só depois de a bola encontrar o pé traiçoeiro de Ediglê, que enganou Marcos. Isto quando Romagnoli já rendera Adrien e imediatamente antes de Pereirinha entrar para Ronny sair, sem que o 4x4x2 se alterasse. O inesperado despertar do esquerdino levou, contudo, a equipa mais além. A dupla de médios-ofensivos que entrara deu maior velocidade e criatividade à manobra ofensiva, e o recuo de Moutinho para médio-centro, com Veloso a ocupar a lateral esquerda, conferiu outro suporte no meio-campo e ainda na defesa. E foi Vukcevic a fazer o resto, conseguindo com engenho o 2-1, após passe de Liedson, oferecendo um triunfo a ferros, mas que chegou a parecer muito, muito distante.